sábado, 5 de setembro de 2009

A revolução das artes

A Semana de Arte Moderna, realizada entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, foi um marco para as diversas expressões artísticas do país. O movimento reuniu escritores, artistas plásticos, arquitetos e músicos, com o intuito de revelar a nossa atual e verdadeira identidade no mundo das artes.

Mesmo seguindo tendências vanguardistas da Europa e alguns estrangeirismos contrários ao ideal da amostra, os artistas pretendiam com o movimento, a libertação dos enraizados padrões estrangeiros. Negavam o academicismo nas artes e procuravam realizar e firmar uma arte tipicamente brasileira.

Sob vaias e aplausos, Graça Aranha abriu o evento que reuniu os mais importantes nomes da cultura brasileira. Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Villa Lobos marcaram presença, provocando reações de amor e ódio.

Apesar da imprensa, na época, praticamente ignorar o evento, nenhum outro movimento no Brasil reuniu tantos artistas e intelectuais e nem causou tanta polêmica quanto a Semana de Arte Moderna.

A tentativa de estabelecer uma arte puramente brasileira, liberta das fórmulas padronizadas estrangeiras, foi de extrema importância para a cultura nacional. Sim, a arte não deve ter fronteiras. Mas deve ter e respeitar sua identidade.

Os modernistas contribuíram para firmar uma nacionalidade cultural e diminuir este complexo de inferioridade que acompanha muitos brasileiros.

Sem a Semana de Arte Moderna, talvez o brasileiro ainda sentisse certa estranheza ao se ver nas mulatas de Di Cavalcanti, nos operários de Tarsila do Amaral e de viajar no “Trenzinho Caipira” de Villa Lobos.

O conservadorismo engoliu “Os Sapos” de Manuel Bandeira e a arte brasileira, satisfeita, sorriu aliviada.

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