(Por que não pensei nisto antes?)
Foi uma surpresa chegar hoje na sala de aula e encontrar Igor Pucci, um rapaz tímido de 25 anos, contando um pouco da sua experiência como programador web.
Igor criou o site http://www.perolasdoorkut.com.br/, conseguindo transformar em lucro o que era apenas diversão.
O site reúne “pérolas” garimpadas em fotos e recados no Orkut. Lá poderemos encontrar pessoas que amam o canal "Discorvery Chenn", que sentem “enveja”, que são "egléticas", “entelequituais”, “enteligentes e capáses de resouver os póprios poblemas". Tem até milionário exibindo seu "Ross Rossy" sob os olhos da torre "Enfo", em Paris. E outros que colocam “pirsi na samprasellha”. Uma beleza!
Além de expor a pobreza intelectual do brasileiro na categoria “erros gramaticais”, o site tem fotos para não deixar dúvidas sobre a nossa mediocridade. Triste? Que nada! Eu adorei. É de chorar de rir!
Contudo, o que mais me impressionou não foi o fato do jovem conseguir viver com o lucro obtido com publicidade em seu blog, mas a reação que ele causou ao contar o montante de dinheiro que recebia mensalmente.
Óóóóóóóóh!!! Logo após, cochichos por todos os lados. Mas a confusão maior foi quando ele disse que trabalhava apenas 1 ou 2 horas por dia. Salvo raras exceções, o sentimento de inveja passou a ser de indignação. Só se acalmaram quando ele confessou que, com a crise, seu rendimento caiu quase pela metade. Foi um alívio para boa parte dos ouvintes.
“No Brasil, sucesso é ofensa pessoal”, disse Tom Jobim. Nada mais verdadeiro! Basta ver o alto número de leitores de revistas especializadas em fofocas de artista. Pior ainda é quando conhecemos o protagonista... Reparem, se o sujeito aparece com um carro novo, sempre tem um pra insinuar que ele anda metido em algo ilícito.
“Sortudo”, dizem eles. Mas a sorte nada mais é do que a sabedoria interna agindo em causa própria.
Igor foi pioneiro, criativo e teve visão. E o melhor é que ele deve rir muito enquanto trabalha, coisa proibida em qualquer ambiente em que se ganha o pão. Brincando de trabalhar, conseguiu o que tantos não conseguem se matando de trabalhar.
Provou, com humildade, que o mundo é dos criativos e não dos invejosos.
Olá cecília...
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Renato Baptista