“Nada será como antes”
As três últimas décadas do século XX foram marcadas por grandes transformações na imprensa brasileira. Muita coisa mudou durante o processo de transição da ditadura à democracia. As modificações ocorreram em vários setores: houve um aumento nas publicidades, investimentos em equipamentos e tecnologias, diversificação do público consumidor e conseqüentemente, uma mudança notável no perfil do profissional da imprensa.
As três últimas décadas do século XX foram marcadas por grandes transformações na imprensa brasileira. Muita coisa mudou durante o processo de transição da ditadura à democracia. As modificações ocorreram em vários setores: houve um aumento nas publicidades, investimentos em equipamentos e tecnologias, diversificação do público consumidor e conseqüentemente, uma mudança notável no perfil do profissional da imprensa.
Durante muito tempo o jornalismo e a literatura se confundiam. O jornalista era um porta-voz da opinião pública. Até os anos 50 a imprensa era dependente do Estado e de anúncios populares. Nesta mesma década surgiram as agências de publicidade, proporcionando ao jornalismo uma independência do poder público. Com o aumento de campanhas publicitárias, veio a reforma e modernização dos principais jornais. A “paixão política” e pouco objetiva dos anos 50 foi substituída por um jornalismo menos opinativo, que privilegiava a informação.
A partir de 1964, com o regime militar instaurado no Brasil, a imprensa passa a ser fiscalizada pelo governo. Nenhuma crítica ou opinião contrária ao regime podia ser publicada. A liberdade de expressão é restrita, ou nula. Censura, perseguições à intelectuais, jornalistas e políticos são constantes.
Por outro lado, os governos militares financiaram toda modernização da imprensa. Criaram a Embratel, o Ministério das Comunicações e mais tarde, a Telebrás. Este subsídio era uma estratégia para melhor controlar o que viria a ser publicado.
A imprensa alternativa, como o próprio nome sugere, cresce como uma alternativa ao jornalismo impregnado da supervisão militar e mesmo sob forte represália, faz crítica ao governo através de suas publicações. O Pasquim, um dos maiores jornais alternativos do país chegou a uma tiragem de mais de 100 mil exemplares.
Em 1972, quando a televisão se firma como um veículo de massa, acarreta uma grande concentração dos meios de comunicação e alguns jornais entraram em decadência.
Com a liberação da imprensa no governo de Ernesto Geisel, permitindo a livre manifestação, o jornalismo brasileiro fica acuado entre a suposta liberdade e a pressão exercida pelos militares “linha dura”.
Além de estar diretamente ligada a processos políticos, como liberdade de expressão e censura, informar e formar opinião, a modernização da imprensa está ligada à evoluções tecnológicas, como a internet, que trás a notícia em tempo real ao leitor. Outro ponto a ser considerado é a formação dos jornalistas. Com o advento das faculdades, a função do jornalista passou a ser discutida de forma mais concreta, colocando em pauta a ética e a própria modernização dos conceitos ligados ao jornalismo.
Resta saber se nos próximos 30 anos ainda passaremos por tantas transformações quanto os últimos. Que venham as mudanças! Mas desta vez, sem os militares, por favor.
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